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O impacto sócio- econômico da Osteoporose

A medida que ocorre o envelhecimento populacional, aumentam os casos de Osteoporose no mundo. O Brasil não foge a esta regra, pois a nossa população esta envelhecendo a cada dia. Somos atualmente 208 milhões de indivíduos com uma população acima de 65 anos em crescimento.

O impacto sócio-econômico promovido pela osteoporose aumenta diariamente em virtude de todas as complicações decorrentes desta doença.

De todas as complicações da Osteoporose, são as fraturas decorrentes de quedas, da fragilidade óssea e da sarcopenia a complicação mais temida na Osteoporose.

No Brasil não possuímos estatística exata quanto a este problema, mas estimativas publicadas apontam para algo em torno de 120.000 fraturas anuais com projeção de 140.000 até 2020.

As projeções estimadas para os próximos dez anos revelam que se espera que o número de fraturas de quadril osteoporóticas por ano (atualmente, 121.700 fraturas anuais) atinja 140 mil pessoas por ano até 2020.

Tais dados estão em consonância com os dados do governo que apontam que, entre 2005 e 2015, a proporção de idosos de 60 anos ou mais, na população do País, passou de 9,8% para 14,3%. Estes são dados do estudo “Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2016”.

A pesquisa, que tem como base informações do IBGE e de outras fontes, como os Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho,e trata sobre a realidade social do País, analisando os temas: aspectos demográficos, famílias e arranjos, grupos populacionais específicos (crianças e adolescentes, jovens e idosos), educação, trabalho, padrão de vida e distribuição de renda e domicílios.

O impacto social da osteoporose deve ser avaliado através de sua morbilidade, mortalidade e pelos custos diretos e indiretos resultantes dos diferentes programas assistenciais.

É difícil quantificar a morbilidade das fraturas osteoporóticas, contudo, estima-se que até 10% das mulheres, após fraturas, ficam dependentes nas suas atividades de rotina. Este percentual aumenta com idade e de ocorrência do evento.

A avaliação do custo econômico total gerado por cada fratura causada pela Osteoporose é difícil de quantificar. Custo Hospitalar da internação e cirurgia, atenção ambulatorial, absenteísmo, além de despesas resultantes de implicações no atendimento domiciliar como, por exemplo, cuidados de enfermagem, tempo despendido por familiares, gastos com medicação, órteses e reabilitação.

Os custos anuais do atendimento à osteoporose foram estimados, em 1990, em 100-150 milhões de dólares no Canadá e entre 7-10 bilhões nos Estados Unidos.

Cerca de 66% das fraturas de fêmur evoluem sem comprometimento da independência do paciente, que se movimenta sem qualquer auxilio; porém, do grupo restante, cerca de 23% decorridos o primeiro ano pós fratura tendem a ter complicações que podem diminuir ou mesmo impedir suas atividades normais no dia a dia ou ainda os confine ao leito ou à cadeira de rodas.

Considerando-se os mecanismos que interferem com a velocidade de perda de massa óssea nos diferentes indivíduos, reconhece-se que em 70% dos casos o principal determinante é a predisposição genética.

Os restantes 30% são influenciados por fatores ambientais ou individuais, reconhecidos como fatores predisponentes ou de risco. Alguns desses estão bem estabelecidos como sexo feminino, hipoestrogenismo, raça caucasóide, baixa massa muscular, erros alimentares, idade e diminuição de massa óssea verificada pela densitometria.

Perda de massa óssea

Embora diferentes casuísticas atribuam valores distintos aos fatores de risco, na maioria das vezes outras condições não tão bem estabelecidas podem se apresentar como predisponentes à osteoporose: sedentarismo, baixa ingestão de cálcio na dieta, história de osteoporose na família, antecedentes de fratura patológica, etilismo, tabagismo, consumo de cafeína, nuliparidade e estresse emocional.

Dr. Antonio Carlos Novaes (Reumatologista)
Assistente Estrangeiro da Fac. de Med. de Paris